22 de novembro de 2007

Caminhando

Ontem eu estava refletindo sobre como a vida é interessante em certos momentos (ou seria sempre?). Pensei em um grupo de pessoas que se reúnem de tempos em tempos e se autodenomina “instituição”. Refleti sobre algo engraçado: pessoas dentro de um objetivo comum mas todos procurando fazer seus próprios caminhos para atingi-lo. É como estivessem dentro de um labirinto, onde há apenas uma porta de saída. Cada uma das pessoas do grupo sabe onde deve chegar, pois lhes é indicado à direção. E o que devem fazer, pois são dadas instruções adequadas, cada pessoa tem suas convicções e partem em direção à saída. De tempos em tempos surgem às encruzilhadas, desta forma, lhes sobrevêm dúvidas, medos e frustrações, o que geralmente torna difícil qualquer decisão a favor de si.
Nesse estágio, alguns se desesperam por não saber mais o que fazer, ficam imóveis diante da vida e não conseguem dar nem um só passo, são os que entendem ter entrado em um caminho sem saída e que não há mais volta. Outros não percebem que há anos estão passando pelos mesmos lugares e que se fosse possível mostrar-lhes de uma perspectiva externa veriam que não fazem outra coisa senão caminhar em círculos. Há ainda os que dizem saber o “melhor” caminho e pretende convencer os outros de que estão caminhando de maneira errada. O que todos eles têm em comum e que nem sempre tomam conhecimento é que estão em igual situação, ou seja, estão no labirinto. Mas há também os que simplesmente caminham sem muitas pretensões ou aspirações, eles entendem que o mais importante é caminhar, não importa quão escaldante esteja o sol ou furiosa a tempestade, sua existência depende do simples ato de caminhar, a diferença destes para aqueles é que de vez em quando se lembram de olhar para cima, aí percebem se estão ou não na direção certa. A escuridão de alguns trechos ou frieza das paredes não são capazes de lhes fazer esquecer que acima de suas cabeças existe a indicação do caminho certo.
Aí você pergunta: qual o sentido de tudo isso? Bem, o que posso lhe dizer é que existe no meio da cristandade algo chamado instituição com sua religiosidade, legalismo e formas, ou seja, isso é o estético, o que todos vêem. A tendência geralmente é se frustrar com a instituição durante a caminhada. Isso tem causado expressões do tipo: “estou decepcionado com a igreja”, ou ainda, “a instituição chamada igreja está falida”. Porém no meio da cristandade há aqueles que caminham olhando para o maior caminhante que já houve entre a humanidade; Jesus Cristo. Estes entendem que o melhor é caminhar, não se deixam frustrar pela frieza dos “velhos detentores de Deus” e nem se frustram com a escuridão das imperfeições humanas. Estes de vez em quando se lembram de olhar para cima.
Lembro-me do dia em que desejei morrer porque era incompreendido por quem estava ao meu lado, não queriam refletir sobre a nossa caminhada, cheguei numa encruzilhada, fiquei perdido! Foi aí que me lembrei de olhar para cima. Hoje estou caminhando com o Eduardo Cruz, que além de mestre tem me mostrado a importância da caminhada. Sua vida, sua conduta e sua forma serena de ser tem me ensinado que na caminhada enfrentamos lutas e desafios, mas é importante continuar caminhando e olhando pra cima. Hoje sou grato a Deus por ter feito com que nossos caminhos convergissem em um só, de outra forma não sei se estaria escrevendo essas linhas. É verdade que às vezes fico angustiado durante o trajeto, principalmente quando quero caminhar sozinho, no entanto ele tem me ensinado que confiar em Jesus muito mais que pronunciar palavras é caminhar[a] com Ele. É ser compassivo, dar a outra face, perdoar e principalmente suportar ofensas com amor.[b]
Hoje, ainda há pessoas que não me compreendem[c], pensam que sou mais um daqueles “pretensiosos” que acham que são donos da verdade e conhecem o verdadeiro caminho. É incompreensível a eles perceberem que por fora nos parecemos com a “instituição”, mas por dentro somos muito diferentes e só conhece quem se dispõe a caminhar, pois se trata de um caminhar íntimo e pessoal com o maior de todos os caminhantes; Jesus Cristo. Não conto às vezes que continuo sendo incompreendido, mas agora eu já não desejo morrer. E a vida? Continua sendo interessante, principalmente para aqueles a encontram caminhando[d].
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[a] Provérbios Cap. 6: 22
[b] Mateus Cap.5: 1 - 48
[c] 1 Coríntios Cap. 1: 18
[d] João Cap. 14: 6

19 de agosto de 2007

BLADE RUNNER E AS PERGUNTAS QUE VOCÊ SE ESQUECEU DE FAZER (OU AS RESPOSTAS QUE SE ESQUECEU DE BUSCAR)

Lembro-me de haver assistido esta cena de Blade Runner no início da década de 80. Eram os dias em que inciava minha jornada dentro do cristianismo. Época em que havia decidido viver para o Criador através de uma fé que se me apresentava como verdadeira. O cristianismo nos faz amar a verdade. E que verdade. A verdade referente a você e eu. A verdade que diz respeito ao propósito para o qual fomos criados. O sentido de uma vida na qual haveremos de um dia de nos separar de tudo o que amamos na Terra.

A fé cristã fez-me emergir de 20 anos de escuridão, alienação e ausência de significado para viver. Esta trágica realidade não havia até então sido sentida por mim em toda a sua extensão. Foi Cristo quem me mostrou todo o horror da vida sem resposta para a questão da morte.

Sim amigo, mais algumas horas, mais alguns dias, mais alguns meses, mais alguns anos, e se espalhará pela sua cidade a notícia de que você morreu. O lugar onde você mora ficará vazio de você. Quem ficará com seus objetos pessoais? O que será das pessoas que você ama? Que será feito da sua memória? Aí está você, lutando, sonhando e vivendo, mas quanto tempo lhe aguarda? Que sentido tem o que você faz, se tudo terminará num túmulo?

As perguntas desta cena são as perguntas que todos deveríamos estar fazendo. Mas, por algum motivo vivemos como se fôssemos eternos. Não fazemos perguntas para a vida. Não a examinamos. Simplesmente nos submetemos à vida que nossos pais, professores, gente famosa que admiramos e a cultura do nosso país determinaram que vivêssemos. Vivemos sem fazer perguntas. Escravos do momento. Dedicando-nos àquilo que na hora da nossa morte não nos trará consolação alguma.

Acaso você pensa que o homem pode considerar que aprendeu a viver sem que tenha antes aprendido a morrer? Lá está você com os que ama na poltrona da sua sala. O aconchego do lar. O abraço dos filhos, o carinho do cônjuge, e aí vem a pergunta capaz de botar fel nos nossos mais estimados momentos de felicidade: até quando?

Examine este vídeo. Deixe-o atingir. Se ele deprimi-lo, melhor. Foi de um depressão como esta que um dia eu emergi para viver apenas para Cristo e não colocar minha afeições num mundo como esse. Até hoje faço meus sermões ouvindo a trilha sonora de Blade Runner. Ela me faz lembrar do quão essencial Cristo é para mim, e do quanto é frio lá fora.

"... para que, por sua morte, destruisse aquêle que tem o poder da morte... e livrasse a todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida" (Hebreus 2: 14-15).

Obs. Não deixe de examinar o vídeo abaixo. Nunca o cinema traduziu de forma tão dramática e real o horror da vida sem Deus. Sem Deus "Todos estes momentos ficarão perdidos no tempo como lágrimas na chuva". Sim, tudo o que você produziu e sua própria vida desaparecerão confundindo-se com o pó. Se um asteróide se chocar com este planeta e destruir todas as nossas obras de arte, todos as nossas composições musicais, todos os romances que escrevemos, enfim, se fizer virar poeira tudo o que existe, não restará ninguém do lado de fora para chorar. Apenas a "desatenta frieza surda do cosmos".

Mas, não escreveria estas linhas se acreditasse que o acaso tem a última palavra. Não há sentido em tentar convencer as pessoas de que a vida não tem sentido. Se creio que nada tem sentido por qual motivo haveria eu de tentar tirar as pessoas da alienação? Há sentido nisto se nada tem sentido? Escrevo porque Cristo ressuscitou. Em Cristo o universo não me amedontra. Lá, na periferia do sistema solar, após o último planeta, ou para além de todas as galáxias, está aquele cujo ser não pode ser contido pelo céu dos céus. E que ama a você e a mim. Ele nunca permitirá que o ser e obras do seu amado povo caiam no esquecimento.




Fonte: http://palavraplenacomunicacoes.blogspot.com/2007/08/blade-runner-e-as-perguntas-que-voc-se.html

5 de agosto de 2007

Aniversário

Hoje é dia de celebrar a vida, porém eu só consigo pensar na morte. há 29 anos atrás uma tragédia tragou a vida de um homem simples, foi capaz de tirar-lhe a oportunidade de conhecer o seu único filho, a sua maior satisfação como homem. Tantos sonhos, tantos projetos, a vida seria frutífera. (mais detalhes aqui: http://lindemberg.multiply.com/journal/item/1 )

Todos os anos eu fico na expectativa de que o futuro é bem melhor que o passado, mas o clima de tristeza sempre prevalece durante este dia. Fico na expectativa de como seria a minha vida se o meu pai estivesse vivo.

Minha oração é para que Deus seja o verdadeiro Pai que eu nunca tive e que a celebração da vida seja uma realidade.

Obrigado por mais este dia Senhor!

Lindemberg Ferreira

25 de julho de 2007

Venha a Mim e Beba!

Venha a Mim e Beba!
por
Charles Haddon Spurgeon

“No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (João 7:37).


A paciência tem o seu perfeito trabalho no Senhor Jesus, e até o último dia da festa Ele proclamou aos judeus, assim como neste último dia do ano Ele nos proclama e espera ser gracioso para conosco. É verdadeiramente admirável a longanimidade do Salvador em suportar alguns de nós ano após ano, apesar de nossas provocações, rebeliões e resistência ao Seu Espírito Sano,. Maravilha das maravilhas é estarmos na terra da misericórdia!


A piedade expressa-se mais claramente, pois Jesus exclamou, o que implica não somente a altura da sua voz, mas a ternura de seus tons. Ele suplicou para que fôssemos reconciliados. “Oramos por vocês”, disse o apóstolo, “como se o próprio Deus suplicasse a vocês por nosso intermédio”. Que termos fervorosos, emocionantes, são estes! Quão profundo deve ser o amor que faz com que o Senhor chore pelos pecadores, e como uma mãe embale seus filhos em seu regaço! Certamente a cada apelo do Senhor nosso coração desejoso atenderá.


A provisão é feita mais abundantemente; tudo é providenciado para que o homem possa mitigar a sede da sua alma. Para sua consciência, a expiação traz paz; para sua compreensão, o exemplo traz a mais rica instrução; para seu coração, a pessoa de Jesus é o mais nobre objeto de afeição; para todo homem, a verdade como é encontrada em Jesus provê a nutrição mais pura. A sede é terrível, mas Jesus pode removê-la. Embora a alma esteja totalmente faminta, Jesus pode restaurá-la.


A proclamação é feita mais livremente para que cada sedento seja bem-vindo. Nenhuma outra distinção é feita senão a da sede. Quer seja a sede da avareza, da ambição, do prazer, do conhecimento ou de descanso, aquele que sofre disso é convidado. A sede pode ser má em si mesma, e não ser um sinal de graça, mas antes um sinal de pecado imoderado ansiando para ser gratificado com goles mais profundos de lascívia; mas não é a bondade na criatura que leva ao sedento o convite; o Senhor Jesus envia-o, gratuitamente, sem acepção de pessoas.


A personalidade é declarada mais plenamente. O pecador deve vir a Jesus, não a trabalhos, ordenanças ou doutrinas, mas para um Redentor pessoal, que carrega nossos pecados em seu próprio corpo sobre a cruz. O Salvador sangrando, morrendo e ressurgindo é a única estrela da esperança para um pecador. Oh! como anelo por graça, a vir agora e beber, antes que o Sol se ponha no último dia deste ano!


Beber representa uma recepção para a qual nenhuma aptidão é requerida. Um louco, um ladrão, uma prostituta podem beber; e tal pecaminosidade de caráter não é empecilho para o convite ao crente em Jesus. Não precisamos de taça de ouro, nem de cálice adornado, no qual transportar a água para o sedento; a boca da pobreza é convidada a inclinar-se e tomar goles da corrente que flui. Lábios cheios de bolhas, leprosos, sujos podem tocar a corrente do amor divino; eles não podem poluí-la, mas eles serão purificados. Jesus é a fonte da esperança. Caro leitor, ouça a voz amorosa do amado Redentor quando proclama a cada um de nós:


“SE ALGUÉM TEM SEDE, VENHA A MIM E BEBA”.

27 de junho de 2007

Eleitos Para a Vida

Todos nós, independente de quem somos ou qual nível social pertencemos, fomos escolhidos em algum momento de nossas vidas para uma condição privilegiada. Na escola alguns foram eleitos líderes, outros receberam honras por alguma coisa, outros pessoas diante da família são eleitas como pessoas exemplares, esse é o ritmo da vida!

Deixe-me ser mais claro, quando você olha para o presidente da república certamente você espera um retorno, da mesma forma quando olha para o líder de sala de aula, ou para o melhor amigo, ou quem sabe para o parente mais dedicado, quer queira ou não acabamos esperando algo em troca dessa “eleição”. Assim, devemos nos lembrar que com as honras vem a responsabilidade de corresponder às expectativas dos eleitores. Afinal de contas, ninguém espera que o “eleito” se acomode em sua função. É certo que alguns não dão a mínima para esse retorno, mas há aqueles que fazem jus ao “bom nome”, se esforçam em não decepcionar quem um dia confiou nele. Afinal de contas ser “eleito” pode até ser fácil, mas ser responsável diante dessa condição requer muito mais dedicação.

Tudo quanto disse acima está inserido no conceito humano de “eleição”, embora tenha alguns princípios divinos, mas no geral esperamos que as pessoas correspondam às nossas expectativas, estas por sua vez, esforçam-se para não decepcionar quem as “elegeu”. A base dessa “barganha” está na ótica humana de querer eleger baseado no conceito de “melhor”. O apóstolo Paulo nos esclarece que ele foi eleito apóstolo pelo próprio Senhor Jesus, não por mérito, mas pela GRAÇA. Ele compreendeu seu papel, assumiu a responsabilidade da eleição e tinha como objetivo não decepcionar Seu Eleitor. É verdade que em alguns momentos ele se viu em apertos, mas continuou sustentado pela Graça e atribuindo a Ela o êxito de suas vitórias. Essa é a ótica divina da Eleição.

O interessante nisso tudo é que Jesus estendeu condição semelhante a nós, pois a bíblia diz que não fomos nós que escolhemos a Cristo, mas foi ele quem nos escolheu. Havia um monte de profecias sobre a vida, morte e ressurreição de Cristo, e tudo aconteceu em sincronia com as previsões. Jesus nos escolheu quando foi até aquela cruz e é necessário que assumamos uma posição com relação a isso (responsabilidade). Nem vou levar em conta o que se passou com você até agora, mas eu te pergunto, agora, sabendo que você é alguém Eleito por Deus, através de Jesus. Que direção sua vida tomará de agora em diante? Ser eleito é uma coisa, ser responsável por isso é outra. Essa “Eleição” vai produzir em você VIDA nova com Deus ou não?

Pense Nisso!

Lindemberg

PS. Dedico essa mensagem ao meu amigo, pai e pastor João Eduardo

18 de maio de 2007

Tempos Difíceis


Em pleno século XXI, muitas vezes não sabemos como reagir ante um problema, seja emocional ou não. Se quebramos uma parte do nosso corpo, os vizinhos se solidarizam, trazem um bolo, sorriem, cantam, mas se o problema é na mente, temos de no preparar para um período de relativa solidão – e ser eternamente grato aos poucos amigos que permanecerão ao nosso lado.


É fácil definir uma doença como um problema físico ou emocional; mas somos um todo. Se nosso corpo está doente, nossa mente é afetada, e vice-versa.


Henri Nowen disse certa vez: “Efetivamente quem cuida dos feridos é o ferido”. Quando estamos bem, é fácil descartarmos os problemas alheios, mas melhor seria tomar nota, pois é quase provável que um dia precisaremos da ajuda de alguém que nos entenda.
Diante dos problemas que enfrentei nos últimos dias lembrei-me de uma antiga canção chamada Hard Times (tempos difíceis) de Jamie Owens-Collins que gosto muito:



“A chuva que está caindo o impede de cantar?
E o vento que fustiga o faz chorar?
Oh, não se assuste, criança, não precisa se preocupar.
A chuva o faz crescer, ela deve continuar.
As dificuldades forte o tornará.”

2 de maio de 2007

Segurança Garantida

Minha esperança de ser preservado até o fim se baseia no fato de que Jesus Cristo pagou caro demais por mim para deixar-me escapar. Cada crente custa-lhe o sangue do seu coração.

Vá ao Getsemani e ouça seus gemidos: depois, aproxime-se e observe o suor de gotas de sangue, e diga-me, ele perderá uma alma em favor de quem sofreu assim? Contemple-o pendurado na cruz, torturado, zombado, carregado com um terrível fardo e então escondido da face de seu Pai pelo eclipse; você acha que ele sofreu tudo aquilo e ainda assim permitir que aqueles em favor de quem suportou isso sejam jogados no inferno?

Ele será um perdedor maior que eu se eu viesse a perecer, pois ele perderá o que lhe custou a sua própria vida.

Aqui está a sua segurança – você é a porção do Senhor, e sua herança não lhe será roubada.

- Extraído do Sermão "Eleição" de Spurgeon

20 de abril de 2007

Regras

É impressionante a busca por fórmulas para resolvermos nossas falhas, estamos procurando algo que resolva, de uma forma fast-food nossas falhas e indisciplinas. Prova disso são os inúmeros livros de auto-ajuda, manuais para resolver os problemas do dia a dia.

É impressionante a busca por fórmulas para resolvermos nossas falhas, estamos procurando algo que resolva, de uma forma fast-food nossas falhas e indisciplinas. Prova disso são os inúmeros livros de auto-ajuda, manuais para resolver os problemas do dia a dia.

Não sou especialista em casamentos, meus curtos sete anos de casado não permitiriam tal atrevimento, mas não consigo imaginar um casamento em crise sendo salvo por um dos cônjuges com a simples aplicação de algumas regras.


Amo minha mãe (avó), ela é a razão de eu não ter me decepcionado com Deus, porque muitas coisas são feitas em nome de Deus, mas não são dele, e minha mãe me ensinou com clareza essa diferença. Falo isto porque cresci num meio bem tradicional (sectário?), cheio de fórmulas e regras. Sob a alegação de levar o individuo a santidade, certas práticas deveriam ser rigorosamente obedecidas, entre elas:

• Não jogar bola, ir a piscina ou qualquer movimento de lazer aos domingos, afinal, domingo é o dia do senhor.
• Barba, de jeito nenhum, devemos evitar a aparência do mal.
• Cinema. Nem pense nisso, afinal de contas um ambiente depravado desses, desvia qualquer um da fé cristã.
• Biquíni. Vou parar por aqui...

Cresci entre estas e outras incoerências, mas como já disse, minha mãe, através de sua vida, não permitiu que nada disso ofuscasse de meus olhos o encanto de seguir a Cristo.

Também lemos a bíblia com intenção de tirar dela conselhos práticos e de rápido efeito. Lembro que depois de ler a bíblia era preciso responder a duas perguntas: "Qual a verdade nova que descobri?" e "Como posso aplicar isso em minha vida?". Que dificuldade, aos 13 anos eu tentava com muita sinceridade descobrir por ano, 365 novas verdades na Bíblia, e aplicar isso todos os dias. Confesso que ainda não consegui essa proeza.

Mas seguir a Cristo é contar com a possibilidade de experimentar coisas novas, pois Ele tem prazer em renovar e libertar vidas. Eu experimentei essa novidade.

Lindo, libertador, impressionante.

Um novo caminhar surgiu para mim, assim como conheci um lugar que me apresentou à misericórdia divina.

Nessa nova dimensão de vida aprendi que:

• Não preciso mais guardar um dia para o Senhor, Jesus é o meu sábado, me abandono em seu abraço e descanso.

• Sou responsável direto por minhas decisões, tenho diante de meus olhos os valores do Reino, posso alicerçar minhas escolhas a partir desses valores. Ou não. Logo, a santidade será determinada pelos lugares que levo minha mente, e pelos desejos que cultivo no coração.

• Não preciso de fórmulas para dirigir meu casamento, preciso sim, todas os dias trazer a memória à aliança feita com minha esposa diante do meu Deus.

• Não preciso ler a bíblia com a preocupação de produzir regras, descobrir verdades, estipular métodos entre outras tarefas. Posso ler a Bíblia como li o cartão que recebi de minha e esposa e dos meus filhos em meu aniversário: "nós te amamos, não importa o que acontecer, nós sempre estaremos ao seu lado". É maravilhoso ler as escrituras com a convicção de que esse é o recado do Pai, do Filho e do Espírito para mim.

• Deus não esta preocupado com regras a respeito de barba, saia, calça, futebol e outras futilidades. Deus quer sim que seus filhos sejam piedosos, honrem os pais, cuidem dos órfãos e das viúvas, pratiquem a misericórdia e andem humildemente diante dEle. A vida com Deus é construída com atitudes nobres e não com regras pobres.

Quero até meu ultimo dia de vida praticar essa espiritualidade que não tem fórmulas e me relacionar com esse Deus que não espera resultados.

26 de março de 2007

14 de março de 2007

O caminho de um coração que ama

Enquanto somos amados pelos outros somos indispensáveis; ninguém é inútil enquanto é amado. Mas, a solidão talvez seja um dos maiores males que aflinge a humanidade. A sensação de está sozinho nos leva a depender da presença de alguém ao nosso lado, mesmo que por alguns instantes.

Pior do que está sozinho é a sensação de abandono, mesmo estando rodeado de pessoas, o fato é que ninguém deseja viver solitariamente, já disse certo filósofo "o homem é um ser social".

Durante esses dias, que enfrento uma certa sensação de solidão me refugiei na Bíblia, lendo-a aprendi entre outras coisas que temos uma grande necessidade: de sermos amados. Pessoas precisam de pessoas - Davi tinha jônatas - Elias, Elizeu - Daniel tinha Ananias, Azarias e Misael - Paulo tinha Silas, Timóteo e Jesus, o Senhor todo poderoso, quem diria, tinha doze pessoas que o acompanhava, entre eles Pedro, Tiago e João eram os mais próximos. Em todos os exemplos citados percebo que eles precisaram do mais sublime e perfeito amor que existe: Deus.

Davi teve de confiar que o amor seria capaz de acompanhá-lo quando ainda era um fugitivo, foi o amor que o perduou quando na solidão de seu pecado clamou dizendo: "Devolve-me a alegria da tua salvação... Sl 51:12a.

Elizeu teve de confiar de se refugiar no amor quando Elias, seu tutor e mestre, foi elevado ao céu em carruagem de fogo, agora ele precisava aprender a caminhar com seus próprios pés apenas confiando que o Amor lhe orientaria em todas as decisões.

Daniel aprendeu que somente o verdadeiro amor seria capaz de lhe dar confiança na cova dos leões, onde nem mesmo os seus melhores amigos puderam lhe ajudar.

O Senhor Jesus teve de passar pela mais terrível morte, neste momento em que mais precisava de ajuda e conforto, foi abandonado pelo próprio Pai. Suas palavras expressam a mais angustiante agonia "Meu pai, porque me desamparaste."... Mas por pura ação e poder do Espírito Santo Ele ressuscitou! Dessa forma pôde estabelecer O caminho que leva a Deus. Penso, que a maior promessa que Ele nos prometeu e que nenhuma religião é capaz de fazer foi a presença contínua do Consolador, mesmo quando não temos forças, Ele intercede junto ao pai com gemidos inespremíveis.

Que o amor de Deus possa preencher o vazio existencial de sua vida. experimente este amor e não se canse de dizer "Deus é bom, eternamente bom!"

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10 de março de 2007

Nossos Castelos de Areia


Meu pequeno castelo todo projetado de acordo com os meus sonhos: uma torre dedicada ao amor, outra dedicada à esperança de um novo amanhacer. Cada grão de areia significa o mais intenso cuidado. Nele está todo o meu coração! A vontade de mostrá-lo ao mundo e fazê-lo conhecido. De repente todos os sonhos foram perdidos, veio a onda e levou meus projetos... minha vida!


Cada pessoa, um dia, já foi um "castelo de areia", as "ondas da vida" porém vieram com ímpeto e derrubaram seus sonhos, seus projetos, sua vida. O autor da Vida deseja lhe dar um novo castelo, desta vez não de areia, mas firme e permanente: Lucas 6:48 "É semelhante ao homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala, e pôs os alicerces sobre a rocha; e vindo a enchente, bateu com ímpeto a torrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque tinha sido bem edificada.Lucas 6:47-49 (in Context) Lucas 6 (Whole Chapter)

15 de janeiro de 2007

De vida em comunhão

"O primeiro serviço que alguém deve ao outro na comunidade é ouvi-lo. Assim como o amor a Deus começa com o ouvir a sua Palavra, assim também o amor ao irmão começa com aprender a escutá-lo. É prova do amor de Deus para conosco que não apenas nos dá sua Palavra, mas também nos empresta o ouvido. Portanto é realizar a obra de Deus no irmão quando aprendemos a ouvi-lo. Cristãos e especialmente os pregadores, sempre acham que tem algo a "oferecer" quando se encontram na companhia de outras pessoas, como se isso fosse o seu único serviço. Esquecem que ouvir pode ser um serviço maior do que falar. Muitas pessoas procuram um ouvido atento, e não o encontram entre os cristãos, porque esses falam quando deveriam ouvir..."

De Vida em Comunhão- 1938 (Dietrich Bonhoeffer).

7 de janeiro de 2007

Quem sou eu?

“que é o homem, para que te lembres dele?...”Salmo 8:4

Estava ouvindo uma musica esses dias atrás com o titulo “Quem sou eu?” que começa assim: “Quem sou eu, que o Senhor de toda a terra se importe em saber meu nome, se importe em sentir a minha dor?”Nessa musica, o compositor compara nossas vidas a uma “flor que murcha rapidamente, está aqui hoje e se foi amanhã... um vapor no vento”. Ele medita: “Quando nós compreendemos quão pequenos realmente somos, e quão grandioso é Deus, então o amor de Deus se torna algo mais precioso para nós”.

Isso me fez lembrar da pergunta de Davi no Salmo 8. Quando considerou os céus, a lua e as estrelas, ficou maravilhado com o Deus Eterno que criou o Universo e o sustenta com seu poder. Em profunda adoração ele perguntou: “que é o homem, para que te lembres dele?”.Queridos, e esta é a grande questão em nossas vidas!! Por que somos a razão do amor de Deus, de seus cuidados e pensamentos? Na própria musica, o compositor responde: “Não pelo que eu sou, mas pelo que tu (Deus) fizeste; não pelo que eu fiz, mas pelo que tu (Deus) és!”.

Queridos, quem é Deus? Ele é amor!! O que Ele fez? Deu seu Filho unigênito para morrer por nós, seus Eleitos e pagar o castigo pelos nossos pecados!! (I João 4:4-10). E isso tudo “não por que nós o tenhamos amado, mas porque Ele nos amou” (v. 10). Não porque nós tenhamos algum mérito ou possamos decidir, ou escolher por ama-lo, não, queridos!! De forma alguma!! Ele nos amou, independente de qualquer mérito, atitude ou decisão nossa!! Nos amou por misericórdia divina e, em Cristo nos predestinou para a ‘Vida Eterna’!! Oohh glória!! Queridos, diante disso, que nós também possamos exclamar como o salmista: “Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra! (v.1 e 9).

Que Deus nos abençoe!!